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26 de Abril de 1974 |
Colocado por: josé eduardo marques 26.04.2020 - 19:12 |
17 de julho de 1972 Recebi minha farda Das mãos dum infeliz como eu, De olhos humedecidos Sacudi palavras em vão, Inspirei o ar do quartel prisão. Senti-me só, Isolado do que construíra, Com o sentimento azedo De que o universo ruíra, Embora e apesar disso Estivesse longe de mim o medo. 29 de dezembro de 1972 Vesti minha farda pela manhã. Não me permitira exteriorizar tristeza. Iria saír definitivamente de casa Iria deixar de comer àquela mesa. O avião partiu. Então, mais só que nunca, Fiz as minhas mãos sentir meu corpo Para efetivamente ficar convencido Que na guerra, Se morre sem se ter morrido. 26 de abril de 1974 Vesti o camuflado, Misto de ternura e agressão, (era tipo de farda sem classificação). Compreendi finalmente Que tudo mudara para o meu país, E sabendo que o trabalho seria árduo Mesmo assim fiquei feliz. 7 de dezembro de 1974 Despi do meu corpo a farda, Despi do meu corpo Luanda, Do avião mansarda Disse-lhe – até um dia. Repeniquei-lhe um beijo Com a certeza de amar a baía Quase tanto Como amo o Tejo. josé marques |
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